terça-feira, 25 de dezembro de 2012

28 - Tolerância

Sobre a liberdade de expressão
Música de um compositor australiano, com uma visão diferente sobre o Natal, foi incluída num CD beneficente. Muita gente protestou, considerando a letra desrespeitosa com os crentes.
Talvez o que houve foi um desrespeito dos crentes com alguém que não tem o mesmo pensamento que eles.
O respeito à liberdade de expressar opinião é fundamental. Ninguém é obrigado a concordar, mas deve haver liberdade para todos expressarem as suas convicções e sentimentos. Ainda mais quando a expressão se faz através de uma bela canção.
Tim Minchin é um prestigiado músico e ator.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6E4ooioOo9g#!

domingo, 23 de dezembro de 2012

27 - E, quem sabe, a vida é da vida a razão


A vida é bela e cheia de desafios, mas é preciso saber viver



A verdade é simples.
Quem procura enganar,  usa palavras complexas e impressionantes. Quem fala a verdade não precisa disso.

A letra dessa música, na sua simplicidade, contém muito mais verdade do que toda a imensa bibliografia dos filósofos metafísicos.


Vida

Ricardo Engels Garay 
e Carlos Ludwig,

Vida é chuva, é sol
Uma fila, um olá
Um retrato, um farol
Que será que será
Vida é um filho que cresce
Uma estrada, um caminho
É um pouco de tudo
É um beijo, um carinho

É um sino tocando, uma fêmea no cio
É alguém se chegando
É o que ninguém viu
É discurso, é promessa
É um mar, é um rio
Vida é a revolução, é deixar como está
É uma velha canção, Deus nos deu, Deus dará
Vida é a solidão, é a turma do bar
É partir sem razão, é voltar por voltar
Vida é palco é platéia, é cadeira vazia
É rotina, odisséia, é sair de uma fria
É um sonho tão bom, é a briga no altar
Vida!!! É um grito de gol
É um banho de mar
É inverno e verão
Vida!!! É mentira, é verdade
E quem sabe a vida é da vida razão.

O letrista dessa canção, sugere que é vã a imensa discussão já realizada pela humanidade na busca da razão da vida (da existência humana). 
E, quem sabe, a razão da vida é simplesmente a vida.
Ou seja, não inventem mentiras para justificar e explicar a vida. A vida é isso que está aí, que todos vemos e sentimos.  A ciência tem muito a nos dizer sobre a origem da vida (e nos diz o que sabe, com simplicidade). Mas os cientistas reconhecem que o que sabem é muito menos do que o que não sabem. E não ficam tristes por isso. Para eles, isto significa apenas que existe muito trabalho pela frente. O cientista reconhece a sua ignorância sem traumas. São gente boa. Temos que ter um pouco mais de  cuidado com as pessoas que dizem saber tudo. Gente que, por exemplo, conta em detalhes como o mundo começou e quando vai terminar.  Mas não nos explicam direito como foi que obtiveram tais informações.
O cientista, quando transmite aos seus colegas o resultado de muitos anos de laboriosa pesquisa, os chama de teoria e pede aos demais cientistas que confiram seus cálculos, analisem suas conclusões e critiquem os seus métodos. É assim que procede uma pessoa séria. 





26 - Más ideologias conduzem países à miséria e à guerra



Esse quadro, que circula na internet, nos proporciona uma boa reflexão.No passado da humanidade, as guerras (entre países) e revoluções (internas) foram uma constante. Mas, nas últimas décadas, a maior parte dos países civilizados viveu longe desse flagelo. O pior tormento humano ao longo de milênios.Na época, diante de qualquer infortúnio, se costumava dizer, como consolo: "Não é nada. Pior é a guerra."As guerras e conflitos internos aconteceram por influência de líderes desvairados que conseguiam empolgar o povo, cheio de ressentimento e ódio. Para isso, esses líderes criavam uma nova crença política ou religiosa: uma ideologia. No caso, uma má ideologia, pois existem boas e más ideologias.
O que distingue as boas das más são os resultados que elas trazem. 
Todo governo precisa ter uma ideologia, para agregar o povo. Mas é necessário que eles adotem uma boa ideologia, capaz de conduzir ao progresso e à paz.
No fundo, o que leva os povos à guerra é a ignorância da massa e a ambição desmedida dos líderes. Mas uma má ideologia (seja religiosa, seja política) serve para justificar a prática dos crimes. Mata-se pelo povo, pela nação, por deus. 
O desejo de ajudar as pessoas humildes, o amor pela sua terra e a fé religiosa não são, necessariamente, sentimentos ruins. Mas a história humana mostra que eles foram usados para levar o povo a ações calamitosas.
Na grande maioria dos casos, devemos considerar que os fins não justificam os meios. Matar, corromper, mentir, não são as melhores maneiras de se alcançar os objetivos.
Mas elas já foram (e ainda são) muito utilizadas.

sábado, 22 de dezembro de 2012

25 - Dilma mentiu para ganhar a eleição

Na campanha eleitoral, Dilma manifestou-se contra as privatizações.
Depois, na presidência, privatizou
A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, ganhou muitos votos na sua eleição, em 2010, ao manifestar-se contra as privatizações (uma "maldade" muito cometida pelos seus adversários do PSDB). Um ano depois, ela anunciava a privatização de aeroportos, por ser a única maneira de evitar o caos no transporte aéreo devido à ineficiência da administração pública dos aeroportos. Fez bem a presidente ao privatizar, pois o governo é, em si, mais ineficiente do que a iniciativa privada.  O povo não decide o seu voto por critérios de competência, como ocorre nas empresas privadas. A eficiência no governo, portanto, é fato raro. Além disso, por mais competente que fosse o presidente eleito, ele não poderia administrar o país inteiro (inclusive seus aeroportos, portos, estradas, bancos, empresas petrolíferas, ciderúrgicas). É muito mais eficaz deixar a produção (de bens e serviços) a cargo da iniciativa privada e deixar para o governo apenas a fiscalização do funcionamento geral.
Fez bem, portanto, a presidente ao privatizar, mas a desmerece o fato de haver mentido para  ganhar a eleição. Enfim, ninguém é perfeito.
Num discurso proferido perante os deputados, em 11 de novembro de 1947, Winston Churchil proferiu a frase que se tornou famosa:
Democracy is the worst form of government, except from all those other forms that have been tried from time to time." 
Ou seja: A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempo em tempo.
Um defeito óbvio da democracia é o fato de que a massa da população não tem conhecimento suficiente para avaliar qual dos candidatos é o melhor. Mas, como disse Churchill, já foram feitas várias experiências com outras formas de escolha dos governantes, mas nenhuma deu melhores resultados do que a eleição democrática.
Sendo assim, é preciso ser tolerante com a atual governante brasileira e, ao invés de recriminá-la pela incoerência, aplaudi-la pela realização dessas importantes privatizações. Sem elas, o Brasil não estará apto a receber o volume de passageiros que irão passar pelo país nos próximos anos: principalmente durante eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Tomara que essa decisão da presidente sirva para que ela, o PT e o povo brasileiro amadureçam e seja vencido o atual preconceito contra as privatizações. A verdade é que elas são benéficas, contanto que sejam bem feitas.

domingo, 9 de dezembro de 2012

24 - O perigo das ideologias

O consumismo é uma ideologia e serve aos interesses de quem
a inventa e propaga, assim como o comunismo e muitos outros ismos


A ideologia poderia até ser uma boa coisa: um conjunto organizado de idéias. Idéias são coisa boa; se forem várias idéias melhor e, se organizadas, melhor ainda. No entanto aquilo que se tem chamado de ideologia não proporcionou muitas alegrias ao mundo.
O defeito mais comum das idéias é elas não terem vínculo com a realidade. E são idéias assim, defeituosas, que geralmente constituem uma ideologia. Palavra fortemente aparentada com outros perigosos vocábulos, tais como utopia e mitologia.
É preciso tomar cuidado com as ideologias. Belamente encadernadas, elas servem para conduzir pessoas num projeto desvinculado da realidade.
Precisamos acreditar, mas temos de tomar cuidado para acreditar naquilo que tem base na realidade e na verdade. E nunca poderemos ter absoluta certeza das nossas verdades. Precisamos manter dúvidas com relação às nossas convicções e nos manter dispostos a manter diálogo com quem pensa diferente.
Deveria ser fácil perceber que certas crenças não se fundamentam e evitá-las. Só não é assim porque as pessoas acreditam mais facilmente no que querem acreditar do que naquilo que a realidade confirma como coisa real.
Quando a realidade nos mostra que estamos errados, não devemos procurar distorcer os fatos para tentar acomodar nossa crença errônea à realidade. Devemos agradecer a oportunidade que a realidade nos dá de questionar nossas crenças. Quando descobrimos que estamos errados, devemos aproveitar a ocasião para examinar criticamente outras crenças nossas que também podem estar erradas.
As pessoas mais sábias não se prendem a uma ideologia. Seria o mesmo que renunciar ao direito de pensar.

domingo, 25 de novembro de 2012

23 - Para superar o vazio existencial

Realizar algo de bom para a sociedade nos dá satisfação 
e orgulho, motivando a nossa existência
A maioria dos homens não se conforma com o fato da sua existência terminar totalmente no momento da morte. Não consegue aceitar, também, que a sua existência surgiu do puro acaso, assim como a de qualquer árvore ou inseto. Por isso, acreditam num Deus, que criou a humanidade e que criou, também, um destino maior para cada ser humano, mesmo depois da morte.
Quem, porém, não acredita em vida eterna e na existência divina, pode ter o sentimento de vazio existencial. A sensação da própria inutilidade e insignificância e de desânimo na vida, já que não há um objetivo para ela.
A solução para esse problema está na escolha de belos objetivos capazes de motivar a pessoa a buscar algo que lhe dê satisfação e orgulho.
Tenho um amigo que gosta muito de carros, principalmente de carros antigos. Durante anos ele compareceu há inúmeros encontros de proprietários e apreciadores desses veículos. Como ele é muito comunicativo, fez grande amizade com muitas dessas pessoas, inclusive dos organizadores desses eventos. Passou a colaborar com alguns deles e, finalmente, animou-se a realizar um encontro do gênero na sua cidade. Foi um grande sucesso. Milhares de pessoas compareceram ao evento e se encantaram com ele. Meu amigo está agora empenhado em organizar a segunda edição do mesmo evento e tem o apoio de muitas pessoas da cidade que se impressionaram com a beleza e o sucesso do evento.
Meu amigo se sente muito feliz e orgulhoso com isso e, realizar o encontro de carros antigos na sua cidade tornou-se um objetivo de vida para ele. 
Assim, com objetivos e metas desse tipo, as pessoas se sentem desafiadas, motivadas e gratificadas. Cumprir um papel na sociedade, contribuindo para o seu progresso e bem estar é uma forma de eliminar o sentimento de vazio e viver de forma mais digna e feliz.

22 - Mudança de hábitos

Criar em casa um ambiente que nos seja propício é um dos requisitos para a vida feliz
Aos 73 anos, fragilizado por algumas doenças graves e outros tantos amores desfeitos, o comunicador Paulo Sant'Ana procurou transmitir uma lição de vida na sua coluna do jornal Zero Hora. Sob o título A Solidão, ele discorreu sobre a necessidade de deixar de ser acomodado e fazer mudanças, para viver melhor. 
"... a principal mudança que, vejo, me favoreceria grandemente é que preciso aprender a ser só. Isso no sentido de que a maioria das minhas encrencas acontece porque me atiro desesperadamente a fazer certas coisas para não ficar quieto num canto, lendo um livro, praticando natação.
Nada disso. Eu me impaciento e saio para cometer bobagens e coisas que causam danos.
Nunca aprendi a ter paciência. Eu tinha de fazer ioga, meditação, tinha de aprender a ter paciência e não me exasperar com a solidão. Todo meu defeito reside em que me recuso a me encontrar comigo próprio. Eu fujo de mim e, sendo assim, procuro prazeres que, muitas vezes, se tornam vícios. E, sempre que fujo de mim, me arrebento nos rochedos rudes da minha impaciência.
Acontece que a gente tem de se acostumar, muitas vezes, com o tédio. O tédio e a tristeza são componentes da vida. Não dá para querer driblá-los. Isso nos leva a cometer desatinos.
No meu caso, tecnicamente, não consigo ficar em casa. Acho que na rua tem coisa melhor.
Eu me lembro de quando cantava em bares musicais e atingíamos, os que cantavam e os que ouviam, determinados êxtases. Então, eu falava à platéia: "Quero dizer a vocês que, com absoluta certeza, aqui onde estamos está muito melhor do que na nossa casa." As pessoas me aplaudiam, mas isso fazia com que passássemos a detestar as nossas casas.
E, na verdade, um dos segredos da nossa existência é criarmos em nossas casas um ambiente  que nos seja favorável. 
É um segredo buscarmos, e acharmos, prazeres dentro da solidão do nosso lar."

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

21 - Paradoxo aparente


O paradoxo de Charles Bokowski
"O problema do mundo de hoje é que, enquanto  as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, os idiotas estão cheios de certezas." 

Essa frase, do escritor Charles Bokowski, expressa muito bem uma idéia de grande importância. A de que nunca podemos ter absoluta certeza em qualquer afirmação que fizermos.

A pessoa inteligente está consciente disso e expressa suas opiniões ou presta informações com cautela. Muitos idiotas, apesar de saberem muito menos que o inteligente, se expressam com firmeza e veemência, mostrando uma convicção que, na verdade, não é fundamentada.

O problema, conforme disse muito bem Bukowski, é que através da retórica inflamada e usando de apelos demagógicos, o idiota tem mais chances do que o sábio de convencer uma pessoa ingênua. Ao ignorante, não satisfaz uma opinião ponderada, que admite a possibilidade do erro. A mente obtusa não consegue trabalhar com possibilidades, probabilidades, ponderações. Quer que lhe seja oferecido um caminho único e infalível, mesmo que não haja nenhum fundamento razoável para se crer que ele seja verdadeiro.

Foi assim que Hitler e outros líderes políticos de poucas luzes conseguiram fazer com que populações marchassem cegamente para o abismo. Milhões fizeram isso cheios de convicção, inspiradas pelas palavras dos seus líderes.

A frase de Bukowski, portanto, não mostra um paradoxo.  O que ela nos ensina é que devemos duvidar daqueles que nos falam com se tivessem absoluta certeza das coisas. E a crer mais nos que admitem poder estar errados. É muito mais seguro seguir a orientação de uma pessoa inteligente (mesmo que ela não garanta a certeza absoluta) do que a de um idiota, cujas certezas firmemente afirmadas têm, na verdade,  enorme chance de serem errôneas.

Bokowski erra, entretanto, ao situar essa situação como sendo característica do "mundo de hoje". Esse sempre foi um grande mal da humanidade e foi mais no passado do que de hoje. Como ele nasceu em 1920, conheceu tenebrosos períodos de guerra e miséria.  Pode ser que ele escreveu tal frase num período assim (quando, realmente, essa situação se acentua).  Como a humanidade evolui, normalmente, o mundo de hoje é mais civilizado, mais inteligente e mais feliz do que o mundo de ontem.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

20 - A prisão de Monteiro Lobato


A exemplo do que aconteceu com Bertrand Russel, em 1916, Monteiro Lobato também foi preso, por expressar o seu pensamento. Ambos estavam com a razão. Mas, como disse o filósofo Ésquilo, 500 anos antes de Cristo, "na  guerra, a primeira vítima é a verdade" e, é claro, os segundos são aqueles que insistem em ficar ao seu lado.





Monteiro Lobato é o mais influente intelectual brasileiro. Genial, ele foi particularmente brilhante na sua obra dirigida às crianças. Usando palavras simples, prosa agradável, sem enrolar nem esnobar, ele ensinou e inspirou milhões de crianças. Era um idealista. Tentava contribuir para o progresso do país e, para isso, fundou uma editora, escreveu livros, moveu montanhas para elevar a cultura dos brasileiros.
Acreditava que havia petróleo no Brasil, coisa que a maioria duvidava e tentava sensibilizar o governo quanto à necessidade de incentivar as pesquisas nesse sentido.
Em 1941, ele enviou uma carta ao então presidente, ditador, Getúlio Vargas fazendo críticas à política brasileira de exploração de minérios.  Foi preso pelo general Horta Barbosa, que presidia o Conselho Nacional do Poetróleo. Curiosamente, mais tarde, o general tornou-se um defensor do monopólio estatal do petróleo, sendo um dos líderes da famosa campanha "O Petróleo é Nosso".
Lobato foi condenado a seis meses de prisão sem direito a banhos de sol, mas ganhou indulto depois de três meses. Sobre o episódio, Lobato escreveu:
“Depois que me vi condenado a seis meses de prisão, e posto numa cadeia de assassinos e ladrões só porque teimei demais em dar petróleo à minha terra, morri um bom pedaço na alma. O pior foi a incoercível sensação de repugnância que desde então passei a sentir sempre que leio ou ouço a expressão ‘Governo Brasileiro’…” 
Durante a Primeira Grande Guerra, Bertrand Russel ficou preso por seis meses e, na prisão, escreveu um dos seus livros mais admirados. As prisões inglesas, provavelmente, não eram tão deprimentes quanto as brasileiras.




terça-feira, 6 de novembro de 2012

19 - Pensamento instigante

Lançado em 1939, o filme Branca de Neve teve tremendo impacto na cultura mundial
Perguntado se considerava a si mesmo um gênio, Orson Welles disse:
"Gênio é coisa escassa. Eu conheço dois: Walt Disney e Albert Einstein"
Dentro dessa mesma visão, não é absurdo considerar que Monteiro Lobato foi o maior e mais influente escritor brasileiro. 
Lobato, em um de seus principais livros dirigidos ao público infantil,  também impressionou-se com a importância do filme Branca de Neve exaltou a genialidade de Walt Disney, 
O filme de animação colorido e em longa metragem, lançado em 1939, teve impacto mundial, atingindo principalmente o universo infantil, mas também a memória da infância que resta em cada pessoa adulta. O filme, colorido e de longa duração, levou três anos para ser realizado e impactou a humanidade com sua beleza, graça e imaginação. Muito difícil de ser realizado, considerando-se os recursos disponíveis na época, a obra foi revolucionária e teve enorme influência na formação de centenas de milhões de crianças que o assistiram na época (e por muitos anos depois).
Sem a presunção do academicismo, criadores como Disney e Lobato contribuem muito mais para a evolução da cultura humana do que pensadores empolados que tentam impressionar as pessoas com escritos herméticos e metafísicos.

domingo, 21 de outubro de 2012

16 - Tocando em frente

Música de Renato Teixeira e Almir Sater: sabedoria em forma de poesia
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Tocando em Frente é uma obra prima da música popular brasileira e um verdadeiro hino da sabedoria. Observe em:

A letra tem a mão de Renato Teixeira. autor de Romaria e outros grandes clássicos da música brasileira 

Tocando em Frente
Almir Sater

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais.
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe.
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei.

A compreensão da vida, por parte de uma pessoa madura é superior à dos jovens. Em parte pelo acúmulo de experiência e conhecimento, em parte porque na pessoa mais velha os instintos naturais, como o sexual e o guerreiro já estão mais abrandados, permitindo um maior domínio da razão. Isso permite que uma pessoa se torne mais ponderada e, inclusive, menos pretenciosa. Vale máxima socrática de que "quanto mais aprendo, mais me convenço de que nada sei." Com a velhice a pessoa não chega a descobrir a verdade, mas consegue se livrar de muitas ilusões. É mais fácil ser feliz depois disto.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir.
É preciso a chuva para florir.

As idealizações são enganosas e o homem, por mais que tenha evoluído e sido capaz de grandes realizações, ainda é um ser natural. Uma das tantas espécies que povoam o planeta. Os aspectos que o distinguem das outras espécies são notáveis, mas não tão extraordinários a ponto de o homem ser algo tão magnífico como uma imagem de Deus. Há 3000 anos, quando a humanidade sabia bem menos do que hoje, se considerava assim. Hoje, mais madura e tendo aprendido mais, consegue ver que não é tudo isso. E ser mais humilde.

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias, 
Pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou.

Renato Teixeira, autor de grandes clássicos da música brasileira, não se sente um ser especial. É, como todos nós, um pequeno ser, um grão de areia no oceano.  Embora que - na juventude - tenha sonhado conquistar estrelas (como mostra outro clássico da música brasileira *).

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

O amor nada mais é que um estímulo ao acasalamento, que nos leva a fazer coisas e assumir compromissos que talvez não assumiríamos, se fossemos levados apenas pela razão. Mas, por outro lado, a natureza é muito maior que a ciência humana e nós, afinal de contas, somos mais natureza do que razão. Por isso, para sermos felizes, precisamos viver em harmonia com a natureza. A natureza é bela e admirável e, com moderação e cautela, fazemos bem em nos render às suas imposições. Nossa vã filosofia é muito menor do que as maravilhas naturais. A razão humana existe há apenas algumas dezenas de milhares de anos, enquanto a natureza vem se desenvolvendo há bilhões deles.

Todo mundo ama, um dia todo mundo chora.
Um dia a gente chega, no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Vivendo entre a compulsão dos instintos e os ditames da razão, temos de buscar o ponto de equilíbrio que nos permita uma vida feliz. Com bom senso, é possível ser feliz. Os maus momentos passam, se soubermos enfrentá-los sensatamente.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

15 - Reação ao avanço científico

Novas idéias são, muitas vezes, combatidas com truculência
Quando Galileu Galilei informou ao mundo que a Terra gira ao redor do Sol, contrariando a crença anterior de que o que acontecia era o inverso, quase foi morto por causa disso. E algo semelhante aconteceu alguns séculos mais tarde, quando Charles Darwin demonstrou que o homem, assim como outros animais não surgiram da forma como foi narrado na Bíblia.
Igrejas cristãs fizeram isso quando repudiaram e combateram as descobertas de Galileu e Darwin.
Hoje, a maioria dos cristãos acredita que a Terra gira ao redor do Sol e uma grande parcela deles aceita, também, a forma científica de explicar a origem dos animais, inclusive o homem.
A Igreja Católica se opôs ao controle da natalidade até algumas décadas atrás, cometendo um grande erro. O controle da natalidade foi fundamental para o progresso dos países mais evoluídos e é necessário que se difunda nos países que ainda hoje vivem na miséria.
Não se deve nunca tratar com violência, desprezo ou ironia quem sustenta opiniões diferentes das nossas. Assim como a igreja, nós também temos convicções que, com o tempo, poderemos ser forçados a mudar. Devemos manter um certo grau de desconfiança com relação a tudo em que acreditamos, para estarmos sempe dispostos a analisar outras possibilidades e estarmos prontos a reformular as convicções que forem se mostrando enganosas.
Assim como matar quem não segue as nossas crenças é condenável, também o é tratar com desdém aqueles que acreditam em coisas das quais descremos. Num meio social em que a crença religiosa é considerada forma primitiva e obsoleta de visão das coisas, é condenável que se trate de forma desrespeitosa aqueles que sustentam a sua crença religiosa.
Maltratar minorias é uma forma reprovável que pessoas com sentimento de inferioridade encontram para se sentir superiores.

14 - Os dois lados da intolerância

A lua nos ilumina pela graça de Deus


Pessoas muito cultas e inteligentes acreditam em Deus e são dignas de muito respeito. Outras pessoas, igualmente cultas e inteligentes, não acreditam e são, igualmente, merecedoras de todo respeito.
Um sábio escritor comentou que a mente de algumas pessoas se inclina naturalmente para a crença religiosa. Para outras, é impossível acreditar em algo que não se fundamente na observação da realidade.
A mensagem que ilustra este comentário circulou na internet e mostra bem a discussão milenar que se desenvolve em torno desse assunto. Cresce no mundo, principalmente nos países mais desenvolvidos, o ceticismo religioso. Mas o número dos que acreditam, mesmo em países evoluídos, como os Estados Unidos, supera o dos que descreem numa divindade.
A mensagem que analisamos aqui circulou no Facebook e demonstra uma grande ignorância quanto à astronomia. Mas é um erro compreensível em pessoas que desconheçam os rudimentos desta ciência. 
Porém, dado o avanço do conhecimento científico nos nossos dias, parece mais provável que esta mensagem tenha sido concebida como uma forma de tripudiar sobre a ignorância alheia.
Ainda mais que se somam erros ortográficos ao lapso astronômico.
De fato, essa imagem e texto não foram compostos por uma igreja, mas sim por um blog humorístico (Igreja Apocaliptica do Oitavo Dia).
Não podemos condenar o humorismo. Se feito com inteligência e habilidade, é uma arte admirável, que muito benefício traz para a civilização.  O humor frequenta muito a área da discriminação. Mesmo assim, quando bem feito, o seu lado positivo se sobrepõe ao negativo.
Já o deboche grosseiro sobre a ignorância alheia, inclusive quando ela se manifesta na forma de crenças religiosas grosseiramente forjadas, é algo lamentável.
Afinal, assim como não devemos tripudiar sobre as pessoas que cometem erros de ortografia, também não devemos expor ao ridículo os que tentam fundamentar a sua fé religiosa com argumentos infundados.
As pessoas que crêem, valem tanto quanto as que não acreditam e todas merecem consideração.
O cético mais admirável é aquele que admite a incapacidade de se ter certeza quanto a qualquer assunto. Portanto, ele deve aceitar, também, a hipótese da existência de Deus. Mesmo como possibilidade remota. Ele não deve menosprezar os crentes taxando-os de ignorantes. Existem pessoas muito cultas e inteligentes que crêem.
Da mesma forma, devem proceder os crentes, respeitando aqueles que não comungam da sua visão de mundo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

13 - Bertrand Russell: o guerreiro da razão

Russel em manifestação pública pelo desarmamento nuclear, no ano de 1961, junto com estudante e intelectuais - ele tinha 89 anos



Bertrand Russel foi, provavelmente, o homem de inteligência mais admirável que já existiu até hoje. Seus livros ajudaram a mudar o mundo. Dotado de talento extraordinário (escrevia tão bem que ganhou o prêmio Nobel de literatura), ele não era apenas um artista das palavras. Ele era um estudioso abnegado (escreveu a magistral obra Uma História da Filosofia Ocidental, inteirando-se para isso da obra de todos os grandes filósofos, e um homem corajoso. Na Primeira Guerra Mundial, contrariou as manifestações do seu governo (o da Inglaterra) ao procurar alertar as pessoas para o fato de que os governantes mentiam e que os alemães não eram monstros ou bandidos, que eram gente normal, tão boa quanto os ingleses. Foi preso por isso.
Russel viveu muitos anos. Nascido em 1872, viveu até 1970 e sempre lutou para abrir a cabeça das pessoas. Lutou muito contra a loucura das guerras, que tanto sofrimento causaram aos europeus e ao mundo inteiro ao longo da história e ainda no século XX. Quando ele morreu, o mundo era mais pacífico. E isso aconteceu, em boa parte, por sua causa. Ele combateu a guerra e outros males humanos com o uso da razão. Uma arma que, usada por um guerreiro tão hábil e pertinaz como ele, se mostrou eficiente.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

12 - Impróprio para menores de 70 anos

Azarão na eleição para papa
Existem certas coisas que só depois de alguns anos a gente descobre. Luis Fernando Veríssimo, aos 76 anos, escreveu o seguinte comentário (em Zero Hora de 1º de Outubro de 2012):

"Aniversário

Eu sabia que esse negócio de fazer aniversário todos os anos iria dar nisso: acabei envelhecendo. Às vezes, me pego pensando no que vou ser quando crescer e me dou conta de como minhas opções diminuíram. Não tenho mais idade para ser nada.
Só me animo quando vejo uma lista de prováveis candidatos a papa. A idade média deles é 70. Ser papa é uma das poucas coisas a que eu ainda posso realísticamente, aspirar. Mas minha única credencial para o cargo é a idade. Não sou cardeal, não sou nem praticante.
Devo ter deixado minha fé no bolso da fatiota azul, de calças curtas, com que fiz minha primeira comunhão. E a única coisa de que me lembro no evento, além da fatiota (e da gravata prateada!) não é a emoção de receber a hóstia e o rito eucarístico, são os doces que tinha em casa, depois. Acho que foi ali que fiz a minha opção preferencial pela perdição.
Invejo quem tem fé, mas não posso deixar de pensar que a minha religião particular, uma espécie de panteísmo urbano ( devoção por pastéis e boas livrarias e a crença de que há um deus, sim: o deus do oboé, que além de ser um instrumento divino é o que afina todos os outros), é a única sensata, em meio ao que não deixa de ser - se bem examinada - uma crise do mundial do monoteísmo.
Bons tempos em que, em vez de não ter mais idade, nós ainda não tínhamos idade. E sonhávamos com tudo o que viria, quando tivéssemos. Entrar em filme proibido até 14 anos. Beber e fumar. (O importante não eram a bebida e o cigarro, era a pose que se fazia bebendo e fumando. Ficar adulto era adquirir a pose). Beijar como beijavam nos filmes - pelo menos nos proibidos até 14, já que nos proibidos até 18 ninguém sabia o que acontecia. Ficar acordado até mais tarde. Ganhar a chave da casa. Dirigir carro. Usar bigode.
Ainda não ter idade era ficar pinoteando no partidor, indócil, como um cavalo esperando a largada.
Não ter mais idade é ficar com esta impressão de que até um ato de revolta por tudo que não fizemos quando tínhamos idade e agora não dá mais, não seria, assim, apropriado para a nossa idade.
Chama-se vida essa lenta transformação da frase, de ainda não ter idade para não ter mais idade.
 Ou de poder ser, teoricamente, tudo que se sonhasse, a poder ser, teoricamente, só papa. E por pouco tempo."




sábado, 29 de setembro de 2012

11 - Cético, agnóstico e ateu

Para o cético, não se pode afirmar que Deus existe

Cético  é aquele que considera impossível ter certeza absoluta de qualquer coisa. Para ele tudo é questionável. Para fins práticos, ele pode considerar, por exemplo, que a água ferve a 100º centígrados. Mas pensa que precisamos estar sempre preparados para aceitar a possibilidade de que isso não é absolutamente certo. Pode, amanhã ou depois, alguém descobrir que não é assim e que, diante de uma boa comprovação, termos de aceitar o novo conceito.
Antigamente, acreditava-se que a o Sol girava ao redor da Terra. Isso parecia lógico, pois o Sol nasce num determinado ponto do horizonte e parece fazer um voo pelo céu durante o dia, indo se por num outro ponto do horizonte, desaparece durante a noite e aparece novamente ao raiar do dia.
Quando Galileu anunciou a descoberta de que é a Terra que gira ao redor do Sol, a maioria das pessoas não acreditou. Os céticos se dispuseram a verificar os argumentos de Galileu e, diante das evidências apresentadas, passaram a considerar que a nova teoria era mais aceitável do que a anterior.
Se os céticos guardam sempre a dúvida quanto a fenômenos concretos e palpáveis como esse,  mais ainda duvidam das afirmações inspiradas em metafísica e religião.
O ceticismo inspira a mentalidade a postura dos cientistas, de constante questionamento dos conhecimentos já adquiridos. Eles sempre procuram verificar a veracidade de qualquer afirmação, com o objetivo de a comprovar ou refutar.
Agnóstico é aquele que duvida da existência de Deus. Ele tende a descrer, já que não encontra nenhuma evidência concreta ou lógica que a leve a pensar que Deus existe.
Ateu é quem, além de descrer na existência de Deus, considera que esta crença é maléfica ou inconveniente e tenta convencer outras pessoas da inexistência divina.
O grande filósofo inglês Bertrand Russel considerava-se agnóstico.


10 - Frases finitivas

Porque foi criada a mulher






















Se você levanta a voz ao discutir com outras pessoas, deve se preocupar. Alguma coisa está errada. Com você. Nunca é bom ofender outras pessoas e levantar a voz com elas é sempre uma ofensa. 

Se você acredita que tem razão, é razoável que tente convencer a outra pessoa a aceitar o seu pensamento. Mas você jamais convencerá alguém se fizer com isso de maneira ofensiva.

Convencer alguém usando de argumentos serenos, não é fácil. Levantando a voz, se torna impossível.

Se você discute com alguém de uma forma (agressiva, ofensiva) que não tem a menor possibilidade de resultar em convencimento, por que faz isso? É claro que o seu objetivo não é convencer, mas sim ofender.  Analise o seu comportamento. Procure saber porque sente necessidade de ofender aquela pessoa.

A civilização é conhecimento humano. Isso inclui o conhecimento prático, o conhecimento científico e as criações imaginárias. Tudo isso faz parte da cultura dos povos e da humanidade.

O conhecimento científico diferencia-se do prático (empírico) por ser fruto de pesquisa metódica. As construções mentais que são fruto de imaginação são de dois tipos: aquela na qual o seu criador não pretende que sua criação seja expressão da verdade (ficção) e aquela na qual o criador afirma (acreditando ou não) que o imaginado é a realidade. Chama-se a isso de mitologia ou religião. As ideologias, geralmente, se enquadram nessa última categoria.

Muitas vezes nos revolta ouvir a verdade, pois são só as nossas ilusões que nos dão alento e nos mantêm de pé.

Nada é definitivo; nem mesmo a morte.

O homem mais sábio é aquele que não se deixa enganar pelas suas próprias mentiras.

Deus criou a mulher para o prazer dela mesma.

A razão da nossa existência é comprovar a tese de que tudo no mundo ocorre acidentalmente e sem objetivo algum.

A mulher perfeita é aquela que se comporta exatamente do modo como desejamos  que ela se comporte. Ao encontrá-la, profundamente entediados, passaremos a sonhar com mulheres defeituosas. O mesmo se aplica com relação ao homem ideal, do ponto de vista das mulheres.

Mais vale uma pomba na mão do que uma bomba no ar.

Deixei de acreditar em Deus alguns anos depois daquele em que deixei de acreditar no Papai Noel.

Penso...  Logo desisto.

O homem criou a roda para facilitar o transporte, criou a panela para cozinhar e criou deus para amá-lo e servir (a ele, homem, é claro).

Para ter uma vida tranquila, um homem precisa ter um automóvel com air bag, uma casa coberta pelo seguro e uma mulher feia. (versão atualizada de um antigo e pouco conhecido ditado popular brasileiro: Para ter uma vida tranquila, um homem precisa ter um cavalo manso, uma casa sólida e uma mulher feia). Isso mostra como as necessidades básicas do homem não mudaram muito).

9 - As mentiras que pregamos em nós mesmos

As piores mentiras são aquelas que pregamos em nós mesmos. 
Quando algum desconhecido nos diz alguma coisa sem base, sem fundamento, sem coerência, não acreditamos nele. A não ser, é claro, que sejamos muito ignorantes.
Nós desconfiamos de quem vem com conversa fiada pra sima de nós. Ele pode ter algum interesse em nos enganar. Qualquer pessoa razoavelmente experiente e informada tem capacidade de se prevenir contra as inverdades que tentam lhe aplicar.
Se for um conhecido, sabemos se é ou não pessoa digna ou não de confiança e só acreditamos naquilo que for dito por aqueles que sempre nos falaram a verdade.
O mais difícil é nos prevenir contra as mentiras que aplicamos em nós mesmos. Porque de nós não desconfiamos. 
O mais grave é que, tal como o vírus para o qual não temos resistência, é muito perigoso para a nossa saúde, as mentiras contra as quais não temos desconfiança são as que mais facilmente nos iludem.
Esse seria o caso, por exemplo, da mentira que nos é aplicada por alguém que sempre nos falou a verdade. Mas isso é algo um tanto improvável e, portanto, não é um mal tão danoso.
O pior são as mentiras que nós mesmos nos aplicamos. E isso ocorre muito frequentemente.
O mal pode estar em acreditarmos no inacreditável quando isso atende aos nossos interesses.
Vamos a um exemplo. Uma pessoa recebe de um político, antes da eleição, a promessa de um emprego ou outra vantagem no governo. Em virtude disso, ele passa a acreditar em todas as informações negativas que lhes são passadas a respeito do adversário do seu candidato.
Outro fator que nos leva a acreditar em inverdades são os instintos ou os sentimentos que temos dentro de nós. Se temos, por exemplo, inveja de uma pessoa, nossa tendência será acreditar em todas as mentiras que  nos contarem a respeito dessa pessoa.
Se nos sentimos inferiorizados, temos inclinação para menosprezar e chegamos até a tentar humilhar pessoas  mais fracas do que nós. Esse tipo de comportamento é tão comum que já tem denominações consagradas, tais como bullyng (quando é praticada por crianças e jovens) ou discriminação (quando é praticada por adultos, contra minorias tais como negros, homossexuais, judeus, estrangeiros, imigrantes ou migrantes, como os portuguêses e os nordestinos). Sentindo-se fraca ou insignificante, a pessoa que pratica o bullyng ou a discriminação procura mostrar que é mais forte ou importante que aquelas das quais debocha. Como o sentimento de inveja ou de inferioridade (insegurança) vem de dentro da pessoa, dificilmente ela irá aplicar a valiosa vacina da dúvida e será levada a cometer atos deploráveis de agressão contra outras pessoas.
Movidas por mentiras de toda espécie, as pessoas cometem crimes abomináveis e praticam crueldades lamentáveis. É muito importante desconfiar do que nos dizem ou nos disseram no passado. Devemos duvidar das nossas crenças e, principalmente, evitar que mentiras ou crenças equivocadas nos levem a cometer maldades e atos dos quais poderemos nos arrepender depois.



8 - Sobre borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de nos decepcionarmos é grande. 

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas. 

Temos que nos bastar... nos bastar sempre. E quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. 

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. 

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. 

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. 

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você! 

                                                                                                                                            Mário Quintana

quinta-feira, 26 de julho de 2012

7 - Drauzio Varella, sobre a tolerância religiosa

O doutor Drauzio Varella tem coragem de pensar diferente da maioria e de expressar o seu pensamento
A liberdade e a inteligência são valores fundamentais. Dá gosto de ver um homem inteligente se expressando livremente. Ninguém é obrigado a concordar com ele.  Mas todos têm o dever de respeitar o seu direito de expressar-se. 


Exemplo de inteligência, e coragem de expressar-se contrariando opiniões majoritárias, o doutor Drauzio Varella, médico e escritor renomado, é alguém que vale a pena ouvir-se:

http://www.youtube.com/watch?v=Rgi--eI4P5U&feature=fvwrel

quarta-feira, 25 de julho de 2012

6 - Teoria da Evolução -

A teoria criada por Charles Darwin representou um extraordinário avanço para a compreensão da vida
A teoria da evolução começa bem, já pelo seu nome. Ela reconhece ser apenas uma teoria. Ou seja, seus defensores não afirmam que suas teses sejam verdades absolutas, sobre as quais não pode se fazer críticas ou levantar dúvidas.
Foi desenvolvida por Charles Darwin, depois de uma viagem de cinco anos, num navio a vela, ao redor do mundo. Durante ela, Darwin observou a vida dos animais em todos os continentes e nos mais diversos países. E dessa observação  surgiu a teoria que revolucionaria o pensamento mundial.
A tese defendida por ele é a de que os seres vivos evoluem ao longo do tempo e de que essa evolução se dá através da seleção natural e sexual.
A genialidade de Darwin está em que ele conseguiu perceber a existência da evolução a partir da observação daquilo que existia na natureza na época em que ele a observou. Os animais e vegetais evoluem lentamente, ao longo de milhões de anos. Assim, homens e chipanzés tiveram ancestrais comuns, há muitos milhões de anos. Uma espécie de primata da qual evoluíram tanto os homens de hoje como os símios atuais.
Apesar de poder embasar as suas conclusões em longo e árduo estudo, Darwin nunca afirmou que elas eram verdadeiras. Ele apresentou ao mundo a hipótese de que as coisa acontecem assim na natureza e foi assim que surgiu a diversidade de animais e plantas que existem no mundo. Por isso a ideia é apresentada como sendo uma teoria. Mas o fato é que, hoje, passados 150 anos, essa ideia só se fortaleceu, sendo aceita pela quase totalidade dos cientistas. Isso porque milhares de observações feitas por eles foram confirmando e consolidando a teoria de Darwin como melhor explicação para aquilo que se observa hoje no mundo animal e vegetal.

MUTAÇÃO GENÉTICA
Muito importante para a compreensão da teria da evolução é o conceito da mutação genética. Os pais geram os filhos e transmitem a eles as características do ser humano. Uma cópia fiel das características que eles mesmos herdaram dos seus antepassados.  Mas ocorre, ocasionalmente, que a cópia, apresenta um erro e o filho nasce com alguma característica diferente. Uma característica nova dentro da espécie. Pode acontecer, por exemplo, que essa pessoa nasça com cabelos verdes. Ou que nasça com os pés para trás.
Por serem erráticas (casuais), as mutações quase sempre são prejudiciais. As pessoas, animais ou vegetais que as herdam ficam em desvantagem no enfrentamento da vida e, por isso, geralmente, não conseguem se reproduzir e a mutação ocorrida não tem prosseguimento. Como o mutante não se reproduz, a mutação desaparece.
Nos raríssimos casos em que a mutação resulta de benefício, o herdeiro dessa característica consegue se reproduzir e a mutação se dissemina. E assim vai ocorrendo o processo de evolução da espécie. Mas isso acontece de forma tão lenta que fica difícil perceber.
No México, ocorreu uma mutação que fez com que um filho de um casal normal tivesse rosto coberto de pelos. Essa característica não chegou a ser benéfica para ele. Mas o menino, que era inteligente e amável, cresceu e teve filhos e a característica foi transmitida. É, portanto, um caso de mutação genética. Mas não de evolução da espécie, uma vez que a característica surgida não chegou a trazer vantagem para os seus portadores.

SELEÇÃO NATURAL
Ao longo de milhões e milhões de anos, porém, esses acidentes genéticos chamados de mutação vão proporcionando a evolução das espécies devido à seleção natural. Indivíduos que, através de uma mutação, ganham uma característica vantajosa, se reproduzem e geram outros indivíduos com a mesma característica e, como ela é vantajosa, essa família se destaca e prolifera mais que as demais da sua espécie.

UMA BOA EXPLICAÇÃO
Essa é, em resumo, a teoria criada por Darwin. Ela é simples, mas foi duramente combatida porque contraria a narrativa contida na Bíblia, segundo a qual Deus criou os animais, as plantas, o homem e tudo mais em sete dias.
Os primeiros evolucionistas foram duramente perseguidos e, ainda hoje, muitas pessoas condenam a teoria da evolução como algo que contraria a palavra de Deus. Entre as pessoas cultas, entretanto, a teoria da evolução é aceita atualmente como a melhor explicação para o surgimento das espécies com a sua admirável diversidade.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

5 - Esses moços

Esses moços é um alerta para os que se entregam ao amor sem a necessária moderação proporcionada pelo uso da razão

"Esses moços" é um clássico da música brasileira. Seu compositor, o gaúcho Lupicínio Rodrigues, era pessoa humilde, mas de extraordinária inspiração poética, capaz de uma visão extremamente original e criativa. Além de tudo, era um sábio, como demonstrou na sua composição Esses Moços. Em palavras simples, Lupicínio expressa grandes verdades sobre a vida.
Escute em: 


Vale a pena analisar essa letra:

Esses moços, pobres moços,
Ah! Se soubessem o que eu sei.
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei.
Por meu olhos, por meus sonhos,
Por meu sangue, tudo enfim;
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim.
Se eles julgam que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz,
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz.
Eu também tive, nos meus belos dias,
Essa mania e muito me custou.
Pois só as mágoas que trago hoje em dia
E estas rugas o amor me deixou.
Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei.
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei.
Por meu olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim.
É que peço,
A esses moços,
Que acreditem em mim.

Em palavras simples, Lupicínio apresenta uma instigante reflexão sobre o amor e as suas consequências.

Basicamente, o fato de que a atração sexual não existe para levar as pessoas à felicidade, mas sim à procriação.

Mas também é fato que a paternidade e a maternidade não são ruins. 
Portanto, não há porque deixar de desfrutar o prazer do sexo e da geração de filhos.

É verdade que, ao fazermos tais coisas, não somos movidos pela razão e pela conveniência racional. Mas amar e ter filhos faz parte da natureza humana e não temos como ser diferentes daquilo que é a nossa natureza. A experiência humana não indica que é mais feliz quem reprime seus instintos e renega o amor pelo companheiro ou companheira e pelos filhos.

Mas não há dúvida de que, ao sermos movidos pela paixão, nos expomos a grandes riscos. Muitos se perdem por isso. Há que temperar a nossa entraga à paixão com a cautela racional.

É aos que se entregam à paixão sem reflexão alguma, que Lupicionio se refere na sua bela composição. A letra leva o perigo de amar a um exagero. Amar, com um pouco de prudência, pode ser bom e saudável. 

Mas vale o alerta. Assim como beber vinho pode ser danoso, se o consumo for excessivo;
o amor também pode ser prejudicial, caso a pessoa se entregue a ele de forma incontida e irresponsável. Consumido na dose certa, o vinho é saudável e embeleza a vida. O amor, da mesma forma, pode ser um grande bem para aqueles que sabem temperá-lo com uma suficiente dose de bom censo.