segunda-feira, 23 de julho de 2012

5 - Esses moços

Esses moços é um alerta para os que se entregam ao amor sem a necessária moderação proporcionada pelo uso da razão

"Esses moços" é um clássico da música brasileira. Seu compositor, o gaúcho Lupicínio Rodrigues, era pessoa humilde, mas de extraordinária inspiração poética, capaz de uma visão extremamente original e criativa. Além de tudo, era um sábio, como demonstrou na sua composição Esses Moços. Em palavras simples, Lupicínio expressa grandes verdades sobre a vida.
Escute em: 


Vale a pena analisar essa letra:

Esses moços, pobres moços,
Ah! Se soubessem o que eu sei.
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei.
Por meu olhos, por meus sonhos,
Por meu sangue, tudo enfim;
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim.
Se eles julgam que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz,
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz.
Eu também tive, nos meus belos dias,
Essa mania e muito me custou.
Pois só as mágoas que trago hoje em dia
E estas rugas o amor me deixou.
Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei.
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei.
Por meu olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim.
É que peço,
A esses moços,
Que acreditem em mim.

Em palavras simples, Lupicínio apresenta uma instigante reflexão sobre o amor e as suas consequências.

Basicamente, o fato de que a atração sexual não existe para levar as pessoas à felicidade, mas sim à procriação.

Mas também é fato que a paternidade e a maternidade não são ruins. 
Portanto, não há porque deixar de desfrutar o prazer do sexo e da geração de filhos.

É verdade que, ao fazermos tais coisas, não somos movidos pela razão e pela conveniência racional. Mas amar e ter filhos faz parte da natureza humana e não temos como ser diferentes daquilo que é a nossa natureza. A experiência humana não indica que é mais feliz quem reprime seus instintos e renega o amor pelo companheiro ou companheira e pelos filhos.

Mas não há dúvida de que, ao sermos movidos pela paixão, nos expomos a grandes riscos. Muitos se perdem por isso. Há que temperar a nossa entraga à paixão com a cautela racional.

É aos que se entregam à paixão sem reflexão alguma, que Lupicionio se refere na sua bela composição. A letra leva o perigo de amar a um exagero. Amar, com um pouco de prudência, pode ser bom e saudável. 

Mas vale o alerta. Assim como beber vinho pode ser danoso, se o consumo for excessivo;
o amor também pode ser prejudicial, caso a pessoa se entregue a ele de forma incontida e irresponsável. Consumido na dose certa, o vinho é saudável e embeleza a vida. O amor, da mesma forma, pode ser um grande bem para aqueles que sabem temperá-lo com uma suficiente dose de bom censo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário