quinta-feira, 7 de junho de 2012

2 - Democracia e Demagogia


O povo precisa aprender a votar em democratas, não em demagogos

Na medida em que os homens foram adquirindo inteligência, aprenderam que agindo conjuntamente, de modo organizado, conseguiam garantir melhor a sua sobrevivência e melhorar as suas codições de vida.
Para coordenar os esforços conjuntos, os grupos humanos apelaram inicialmente para um líder: o cacique da tribo, ao qual os demais deviam obediência. Haviam caciques melhores ou piores e as tribos sobreviveram e prosperaram de acordo com a maior qualidade, ou menor deficiência, de seus líderes.
O cacique tinha seus privilégios. Habitavam as melhores tendas, comia os melhores cortes de carne e recebia favores das mulheres mais belas e fogosas. Tudo isso proporcionado pelo conjunto dos seus aduladores (aquilo que mais tarde se chamaria de  corte), interessados em estar de bem com o cacique e desfrutar dos seus favores. Em busca de algum privilégio, caçadores lhe entregavam as melhores carnes, pais lhe entregavam as filhas mais cobiçadas.
Apesar dos seus defeitos, o sistema funcionava. Tribos que eram assim governadas prosperavam mais que outras, sem governo algum. 
Algumas prosperaram tanto que passaram a um outro estágio de governança: a monarquia.
Para evitar a luta constante pelo posto de cacique, foi inventado a prática de o líder transferir o governo para o seu herdeiro. 
Houve reis que foram sábios e outros que foram déspotas cruéis. Alguns contribuíram para a prosperidade dos seus paises e outros os levaram à ruína.
Nesta fase inicial da organização pólítica da humanidade, imperou a desigualdade. Os reis e, num segundo nível, a sua corte, tinham vida privilegiada, muito diferente das condições proporcionadas ao povo.
Abusos cometidos pelos reis e suas cortes levaram à indiganação do povo e, daí, surgiu um novo conceito de governo: a democracia.
Neste sistema, os governantes são escolhidos pelo povo e, para manter-se no poder, precisam dar satisfação a quem os escolhe.
Foi uma evolução. Mas nem tudo passou a funcionar como devia. Os governantes continaram recebendo privilégos. As melhores carnes e as melhores mulheres continuaram ao seu dispor e, em torno deles, continuou a existir uma corte de assessores e serviçais que lhes garantem esses privilégios em troca de benesses concedidas pelo chefe supremo.
Mas o presidente da república não consegue proporcionar ao povo os mesmos benefícios que lhe são proporcionados. Como seria desejável numa democracia.  E também não consegue ofererecer a todo povo as dádivas que concede aos seus serviçais mais próximos. O que soa como uma incoerência, ou uma injustiça, levando-se em conta os princípios da democracia.
Não querendo abrir mão dos seus privilégios - e não podendo deixar de beneficiar os serviçais mais próximos, que lhe são mais necessários e lhe dão respaldo no governo - o governante democrático usa de um recurso para aquietar o povo que fica alijado do banquete dos poderosos.
Para conseguir manter-se no poder, os governantes apelam para um recurso chamado demagogia.
Numa definição bem clara, que encontramos na Wikipédia, a “demagogia é a estratégia de obter poder político apelando aos preconceitos, emoções, medos, vaidades e expectativas do público, tipicamente por meio de retórica e propaganda passionais, e frequentemente usando temas populistas”.
Dilma Rousseff, governante que é tida como pessoa séria, apelou para a demagogia quando, às vésperas da eleição, acusou seus oponentes de serem favoráveis à privatização. Ela o fez porque sabia que, na mente da maioria dos eleitores, a privatização é vista como algo negativo. Depois de eleita, ela mesma tem de apelar para as privatizações como único meio de construir aeroportos, e outras obras necessárias, antes da Copa e das Olimpíadas.
Dilma estará sendo incoerente, agora, se usar a privatização para realizar as obras que o país necessita. Mas é melhor que o seja, pois de outro modo não será possível tocar o progresso do país. Não se pode mais esperar que o governo assuma a condução de empresas e a realização de obras. Ele não tem competência para isso.
Para conseguir se eleger, o governante “democrático” é compelido a enganar a dizer ao povo aquilo que ele deseja ouvir, mesmo que não seja a verdade.
Por isso, para que o país melhore é necessário que o povo também evolua.
Povo bom é o que, ao invés de votar em quem fala para satisfazer suas emoções, medos e vaidades, não se deixa enganar e dá o seu voto para políticos sérios e competentes. O povo precisa se qualificar para escolher melhor seus governantes.

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